Acho que há muito o que se entender sobre ansiedade. Mas acho que algo bem importante é que a ansiedade é uma resposta natural do nosso corpo diante de situações de perigo, incerteza ou estresse. Em doses pequenas, ela é útil: nos mantém alertas, atentos e preparados. Ou seja, a ansiedade também tem um lado positivo: ela nos protege. E nesses momentos em que ela vem no tamanho certo e necessário, sabemos que ela tem um tempo e vai passar. Nos momentos em que ela está desproporcional e nos fazendo mal, essa é uma informação importante: ela também vai passar.
Agora gostaria de me estender um poquinho mais aos aspectos positivos da ansiedade, porque honestamente, acho que esse conhecimento é importante nos manejos das “crises de ansiedade. Vamos lembrar que a ansiedade é, antes de tudo, uma resposta biológica de autoproteção. Ela faz parte do nosso instinto de sobrevivência, ajudando-nos a reagir rapidamente a possíveis ameaças e a tomar decisões com mais cautela. Em outras palavras, a ansiedade — quando equilibrada — é essencial para nos manter vivos e adaptados ao mundo.
Isso é importante porque vejo bastante no meu consultório, quando já conseguimos avançar, e melhorar os sintomas, um certo desconforto dos meus clientes quando sentem qualquer sintoma de ansiedade. Como se houvesse uma expectativa de não sentir mais, nunca mais, aquele desconforto. Ou como se aquilo fosse um prenúncio de que as coisas vão ficar ruins de novo. Agora já sabemos que, felizmente, isso não existe. Não existe a possiblidadde de nunca mais sentir. A ansiedade aparecerá sempre que houver necessidade. Vou mostrar alguns exemplos de como a ansiedade pode ser útil no nosso dia a dia, e de como nem percebemos esses momentos como ansiedade, necessariamente, ou pelo menos não os associamos a momentos ruins:
Antes de uma prova, entrevista ou apresentação: o “nervosismo” que sentimos pode nos motivar a estudar mais, revisar conteúdos ou nos preparar melhor para um desafio.
Ao atravessar uma rua movimentada: a atenção redobrada e o alerta ao trânsito são formas do nosso corpo sinalizar perigo e nos manter seguros.
Em situações de risco real (como um assalto ou incêndio): a ansiedade aciona o nosso sistema de luta ou fuga, liberando adrenalina e preparando o corpo para agir com rapidez e foco.
Quando estamos adoecendo: a inquietação e o desconforto emocional podem ser sinais de que algo está fora do equilíbrio e merece cuidado.
Em processos de mudança ou tomada de decisão: sentir ansiedade nos ajuda a avaliar minuciosamente riscos, pesar prós e contras, e evitar escolhas impulsivas.
Assim, a ansiedade não é uma vilã, mas uma emoção que — quando reconhecida e compreendida — pode ser nossa aliada. O que precisamos é aprender a escutá-la com atenção, acolher o que ela quer nos dizer, e regular sua intensidade para que não nos paralise ou nos cause sofrimento desnecessário.
O problema surge quando essa sensação se torna frequente, intensa e passa a interferir no nosso bem-estar e nas nossas atividades do dia a dia, quando as crises de ansiedade aparecem de forma repentina, sem que nada esteja acontecendo que a justifique ou explique, nestes casos essas crises são caracterizadas por sintomas como:
Taquicardia
Respiração ofegante ou sensação de falta de ar
Tremores
Suor excessivo
Sensação de desmaio
Pensamentos catastróficos ou de perda de controle
De novo vou insistir que é importante lembrar: esses sintomas, embora assustadores, são respostas fisiológicas temporárias. Seu corpo está reagindo a um alerta — e há formas de ajudá-lo a voltar ao equilíbrio. Insisto nisso porque nesses momentos as pessoas podem ficar desesperadas, não é incomum ir ao Pronto Socorro com medo de estar infartando, por exemplo. Para lhe ajudar vou ensinar aqui algumas técnicas que podem ajudar a manejar as crises:
Técnicas úteis
1. Respiração Diafragmática
A respiração profunda e lenta ajuda a ativar o sistema nervoso parassimpático, que promove relaxamento.
Como fazer:
Inspire lentamente pelo nariz contando até 4.
Segure o ar por 2 segundos.
Expire pela boca contando até 6.
Repita por 2 a 5 minutos.
2. Ancoragem no presente (Grounding)
Essa técnica ajuda a sair do ciclo de pensamentos acelerados e reconectar-se com o aqui e agora.
Exemplo prático – Técnica dos 5 sentidos:
Diga, a si, no lugar onde você está,
5 coisas que você pode ver
4 coisas que você pode tocar
3 coisas que você pode ouvir
2 coisas que você pode cheirar
1 coisa que você pode saborear
3. Autocompaixão
Falar com você mesmo(a) como falaria com um amigo em sofrimento pode ser transformador também vai lhe ajudar a lembrar que vai passar e lhe devolver um controle amoroso.
Use frases como: “Estou fazendo o melhor que posso”, “Isso vai passar”, “Eu não estou sozinho(a)”.
4. Música ou sons calmantes
Criar uma playlist com músicas suaves ou com sons da natureza pode acalmar a mente e reduzir a tensão.
5. Movimentar o corpo
Se possível, faça uma caminhada leve ou apenas movimente os braços e as pernas — o movimento ajuda a liberar a tensão acumulada.
Se por acaso você estiver em uma reunião, toque de maneira mais vigorosa seus braços, tire o sapato, toque o chão com os pés. Esses pequenos movimentos ampliam a percepção de que há mais espaço no seu corpo, que não apenas a cabeça ou o peito. Perceba seus ombros, relaxe sua mandíbula. Vou falar mais sobre isso aqui, mas já deixo um spoiller: Não existe crise de ansiedade sem a fisiologia da ansiedade.
E por fim, Procure apoio profissional.
Embora essas estratégias possam ajudar muito, é fundamental lembrar que lidar com a ansiedade não precisa ser um caminho solitário. A psicoterapia é um espaço seguro onde você pode compreender suas emoções, identificar gatilhos e desenvolver novas formas de enfrentamento.
Quer conversar sobre isso com alguém que possa te ajudar?
Se você sente que a ansiedade está interferindo na sua qualidade de vida, estou aqui para acolher e caminhar com você nesse processo. Agende uma sessão de psicoterapia e venha descobrir formas mais leves de viver com mais equilíbrio emocional.
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✨ Cuidar da mente também é um ato de coragem e amor.